COMPLEMENTOS

GLOSSÁRIO

O ESTADO DA PARAÍBA

CENTRO CONSUMIDOR || concentração de unidades consumidoras de energia elétrica em uma determinada região geográfica; exemplos de centros consumidores são indústrias, cidades e vilas; as informações sobre os centros consumidores são utilizadas para o dimensionamento e planejamento estratégico do sistema elétrico de transmissão e distribuição.

IMAGENS LANDSAT 7 ETM+ || imagens adquiridas pelo sensor ETM+, que fica a bordo do Land Remote Sensing Satellite 7 – LandSat 7, disponibilizadas gratuitamente para toda superfície terrestre desde o ano de 2000; o LandSat 7 é um satélite artificial projetado em parceria entre a National Aeronautics and Space Administration – NASA, a National Oceanic and Atmospheric Administration – NOAA e o United States Geological Survey – USGS como parte do programa norte-americano[66] de observação da Terra.

REDE DE DISTRIBUIÇÃO || conjunto de linhas de distribuição que interligam as subestações dos Sistema Interligado Nacional – SIN aos centros consumidores; é operada e mantida sobre responsabilidade das concessionárias de energia locais; linhas de 138 kV e 69 kV fazem parte desta malha.

SISTEMA DE TRANSMISSÃO || rede formada por subestações e linhas de transmissão de elevada capacidade de transporte de energia, que conecta grandes centros de produção e de consumo de energia elétrica; os componentes dos sistemas de transmissão são classificados principalmente por sua tensão nominal de operação (230, 500 e 750 kV) e por sua capacidade de transformação (MVA, no caso das subestações); a operação desses sistemas no Brasil é coordenada pelo Operador Nacional do Sistema – ONS, em oposição à operação dos sistemas de subtransmissão e distribuição de energia elétrica, que é coordenada pelas concessionárias locais.

SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL – SIN || sistema de produção e transmissão de energia elétrica do Brasil; consiste em um sistema hidrotérmico de grande porte, de características singulares em âmbito mundial, com forte predominância de usinas hidrelétricas e com múltiplos proprietários; compreende empresas das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte, e abrange 96,6% da capacidade de produção de eletricidade do país[72].

SUBESTAÇÃO || agrupamento de equipamentos elétricos e eletromecânicos com elevada capacidade de manipulação de energia, utilizado para a transformação e regulação de níveis de tensão elétrica, assim como para a proteção e controle do sistema de transmissão; as subestações controlam e direcionam o fluxo energético, visando à manutenção da disponibilidade e a redução de perdas de transmissão do sistema como um todo[84].

WATT || unidade de potência do Sistema Internacional de Unidades equivalente a um joule por segundo (1 J/s)[43].

CLIMATOLOGIA

ALÍSIOS || ventos típicos de regiões tropicais, resultantes da diferença entre a alta pressão nos trópicos e a baixa pressão no Equador; devido ao efeito de Coriolis, as massas de ar no Hemisfério Sul giram em torno dos centros de alta pressão, no sentido anti-horário; no Nordeste brasileiro, os alísios vêm, predominantemente, da direção sudeste[88].

BARLAVENTO || direção de onde sopra o vento.

BRISA DE MONTANHA || circulação de ar que ocorre principalmente durante a noite, devido ao arrefecimento do ar na montanha, formando correntes de ar na direção da montanha para o vale.

BRISA DE VALE || circulação de ar que ocorre principalmente durante o dia, em virtude do aquecimento de uma face de montanha, formando correntes de ar na direção do vale para a montanha.

BRISA MARÍTIMA || circulação de ar que se move durante o dia, do mar em direção a terra, devido ao aquecimento da superfície terrestre.

BRISA TERRESTRE || circulação de ar que se move durante a noite, da terra em direção ao mar, devido ao resfriamento da superfície terrestre.

CAMADA DE EKMAN || camada de fluido em que o fluxo é o resultado do equilíbrio entre o gradiente de pressão, a força inercial de Coriolis e a força de arrasto turbulento; o conceito foi proposto pelo oceanógrafo sueco Vagn Walfrid Ekman (1874-1954) e é utilizado nos estudos e modelagem da circulação atmosférica e da hidrodinâmica dos oceanos[41].

CAMADA-LIMITE ATMOSFÉRICA || camada atmosférica que sofre influência da superfície terrestre, tipicamente estendendo-se até a altura de 1 km, de acordo com o tipo de cobertura da terra e horário do dia; o conceito teórico de camada-limite permite a modelagem e entendimento de uma série de fenômenos termodinâmicos e atmosféricos em diferentes escalas temporais e espaciais[41][85].

DENSIDADE DO AR || medida de concentração de massa por unidade de volume da atmosfera da Terra; o valor de densidade é de interesse para a engenharia eólica por ser diretamente proporcional à energia do vento.

EFEITO CORIOLIS || força inercial proposta pelo matemático e engenheiro francês Gaspard Gustave Coriolis (1792–1843) que explica uma lei da cinética: “No hemisfério norte, toda partícula em movimento do polo para o Equador é desviada para sua direita e no hemisférico sul, para a sua esquerda”; em meteorologia, é um fenômeno fundamental para explicar os movimentos das massas de ar e a circulação atmosférica[77].

ESTABILIDADE TÉRMICA || parâmetro característico da atmosfera próxima à superfície terrestre que permite inferir sobre suas propriedades termodinâmicas e sobre o escoamento horizontal do vento.

EXPOENTE DE CAMADA-LIMITE || parâmetro adimensional que caracteriza a forma do perfil vertical do vento, diretamente relacionado às características de cobertura e uso do solo; é o expoente da função matemática que define a velocidade do vento a partir da altura.

METEOROLOGIA DE MESOESCALA || ramo da meteorologia que estuda fenômenos atmosféricos de escala intermediária entre a sinótica e a microescala, ou seja, variando de um a centenas de quilômetros, espacialmente, e de algumas a várias unidades de horas, temporalmente; exemplos de fenômenos de mesoescala são as brisas marítimas e terrestres e as brisas de vale e de montanha[41][88].

METEOROLOGIA DE MICROESCALA || ramo da meteorologia que estuda fenômenos atmosféricos de escala inferior a um quilômetro, espacialmente; e a uma hora, temporalmente; exemplos de fenômenos de microescala são as rajadas, as turbulências e a poluição atmosférica[41][88].

METEOROLOGIA SINÓTICA || ramo da meteorologia que estuda fenômenos atmosféricos de escala de centenas de quilômetros, espacialmente; e de dias a meses, temporalmente; exemplos de fenômenos sinóticos são os ciclones, as depressões, os deslocamentos das massas das ar, as frentes e os anticiclones[41][88].

SOTAVENTO || direção para onde sopra o vento; em meteorologia, os termos sotavento e barlavento são utilizados para identificar regiões de escoamento do vento próximas a uma colina, morro ou montanha.

VENTOS CATABÁTICOS || correntes de ar de alta densidade que fluem para baixo em encostas, devido à ação da gravidade, formando-se tipicamente em regiões frias[89].

VENTO GEOSTRÓFICO || vento horizontal teórico que escoa na atmosfera livre, no topo da camada-limite, seguindo trajetórias retilíneas, definido pelo balanço de forças entre o efeito Coriolis e o gradiente de pressão; de grande importância para o entendimento da circulação atmosférica, os ventos puramente geostróficos não ocorrem na atmosfera real, pois há perdas por fricção e anomalias de pressão[41][88].

VENTO PREDOMINANTE || direção do vento com maior incidência, característica de uma determinada região geográfica.

ENERGIA EÓLICA E MEIO AMBIENTE

ENERGIA RENOVÁVEL || termo que designa as fontes energéticas que não se esgotam com sua utilização ao longo do tempo, podendo se regenerar em tempo relativamente curto; exemplos de recursos renováveis são: radiação solar, energia geotérmica, marés, biomassa, vento e recursos hídricos[91].

OFFSHORE || região localizada no mar, além da linha litorânea.

SHADOW FLICKER || efeito de cintilação causado pela sombra dos rotores em movimento; a sombra (flicker) ocorre em função da latitude, da direção do vento, da altura do sol, da rotação das pás e da posição relativa entre as turbinas eólicas e os objetos estacionários, sob condições específicas[69].

TECNOLOGIA

AEROGERADOR || conjunto eletromecânico utilizado para converter a energia do vento em energia elétrica, composto, na versão moderna, por torre, nacele (abrigando o gerador elétrico) e rotor.

ANEMÔMETRO || instrumento utilizado para medir a velocidade do vento.

DATALOGGER || dispositivo eletrônico para registro digital de dados meteorológicos provindos de múltiplos sensores.

NACELE || conjunto com carenagens instalado no topo da torre de um aerogerador que abriga, entre outros equipamentos, gerador elétrico, caixas de redução, chassi de fixação do rotor e sistema de controle.

ROTOR || conjunto formado pelas pás de um aerogerador e pelo cubo de fixação; turbinas eólicas comerciais possuem tipicamente rotores com três pás, número que resulta de um compromisso entre eficiência aerodinâmica, custo e minimização de cargas cíclicas[17].

WIND VANE || instrumento para medir a direção do vento.

METODOLOGIA

FENOLOGIA || ramo da biologia que estuda os fenômenos e relações entre os ciclos biológicos e o clima; a fenologia da vegetação indica os períodos de crescimento, floração e senescência.

MERRA – Modern-Era Retrospective Analysis for Research and Application || base de dados climatológicos de reanálises disponibilizada pelo Escritório Global para Modelagem e Assimilação de Dados da NASA, gerada a partir da última versão do Goddard Earth Observing System Data Assimilation System Version 5 – GEOS-5[80].

MESOMAP || conjunto de processos para modelagem numérica da atmosfera em mesoescala para levantamento dos recursos eólicos; baseia-se no modelo MASS[15], incorporando princípios tais como a conservação da massa, momentum e energia, efeitos viscosos e de estabilidade térmica sobre o gradiente vertical do vento.

REANÁLISE || processo de integração de dados provenientes de vários sistemas de observação, com modelos numéricos e outras metodologias; envolvem a reanálise e o reprocessamento de dados meteorológicos que abrangem períodos históricos de décadas e utilizam métodos modernos e consistentes; o objetivo é produzir um conjunto de dados que possa ser utilizado para estudos meteorológicos e climatológicos.

SENSORIAMENTO REMOTO || ciência e arte que possibilitam a obtenção de informações sobre alvos na superfície terrestre (objetos, áreas ou fenômenos), utilizando um sensor remoto; os sensores registram a interação da radiação eletromagnética com a superfície ou alvo em estudo e normalmente são embarcados em plataformas orbitais (satélites) ou em aeronaves[56].

TORRE ANEMOMÉTRICA || conjunto composto por torre (tipicamente do tipo treliçada ou estaiada), datalogger, sistema de transmissão de dados, anemômetros, wind vanes e outros instrumentos meteorológicos (termômetros, barômetros e higrômetros).

WINDMAP || software proprietário, módulo do sistema MesoMap[7], [16], desenvolvido para o cálculo do recurso eólico, utilizando base de dados de alta resolução espacial para ajuste da topografia local e rugosidade.

MAPAS EÓLICOS

FATOR DE FORMA DE WEIBULL (K) || parâmetro que determina a forma da distribuição de probabilidade contínua, proposta pelo engenheiro e matemático Ernst Hjalmar Waloddi Weibull (1877-1979); trata-se da distribuição estatística com melhor aderência a dados de velocidade do vento[17].

POTENCIAL EÓLICO || quantidade de energia que se espera captar a partir do recurso eólico em uma determinada área e período de tempo; leva em consideração as características do vento, o uso e cobertura da terra e as características técnicas das turbinas eólicas disponíveis no mercado.

ANÁLISE E DIAGNÓSTICOS

CURVA DE POTÊNCIA || curva teórica ou medida que indica a potência elétrica gerada por um determinado modelo de aerogerador em função da velocidade do vento na altura do rotor.

DISPONIBILIDADE || percentual médio do tempo durante o qual um aerogerador fica em operação ao longo de um determinado período.

FATOR DE CAPACIDADE || relação entre a produção efetiva de um parque eólico, em um período de tempo, e a capacidade nominal neste mesmo período.

MICROSITING || estudo de posicionamento de turbinas de um projeto de energia eólica que busca a otimização das métricas de avaliação por meio da maximização da geração de energia e a minimização das perdas por interferência aerodinâmica; são levados em consideração, durante os estudos de micrositing, as características locais do vento, a topografia, os acessos, os limites fundiários, variáveis econômicas e as restrições legais e ambientais, entre outras eventualmente arbitradas pelo empreendedor.

SÍTIO EÓLICO || área de interesse para implementação de um parque eólico.

TAXA DE OCUPAÇÃO || relação média entre potência instalável, em MW, e área, em km², utilizada no cálculo do potencial eólico.